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Pinhos Armazém Agrícola

8 frutos de Outono que vai querer conhecer!

Neste artigo, Sara Oliveira fala-nos de 8 frutos de Outono, das suas características, benefícios e mostra-nos receitas deliciosas que poderá cozinhar.
Conheça estes 8 frutos de Outono, as suas características e receitas para o Outono

Com a chegada do Outono, os dias tornam-se mais pequenos e a paisagem ganha tons de castanho e amarelo dourado. Nesta época, a natureza oferece-nos os alimentos de que necessitamos para nos protegermos do frio que vai chegando aos pouquinhos. São vários os frutos e legumes de colheita alta em Portugal nesta altura. Selecionei os 8 frutos de Outono para nos aconchegar.

8 Frutos de Outono

  1. Castanha (colheita entre Outubro-Janeiro)
  2. Amêndoa (colheita entre Setembro-Fevereiro)
  3. Avelã (colheita entre Outubro-Dezembro)
  4. Noz (colheita entre Setembro-Dezembro)
  5. Dióspiro (colheita entre Setembro-Novembro)
  6. Marmelo (colheita entre Outubro-Dezembro)
  7. Maçã (colheita entre Agosto-Outubro)
  8. Romã (colheita entre Setembro-Dezembro)

Castanha

O castanheiro dá-nos castanhas que são um fruto de outono muito popular.
As castanhas são um fruto de Outono muito popular! 📷 CC BY-NC-ND 4.0 Sara Oliveira

Protagonista na festa tradicional de São Martinho, a castanha tem baixo teor de gordura e é uma excelente fonte de energia, ideal para os dias frios, pois é rica em hidratos de carbono.

É muito utilizada como acompanhamento (assada, cozida e em puré), em sopas e também em sobremesas e bolos. A castanha assada, nos velhos assadores a carvão nas ruas, ou no forno em casa, é a forma como é habitualmente consumida. O cheirinho da castanha assada e o ato de a descascar em momentos de convívio são muito acolhedores.

A seguir, deixo-lhe uma receita de castanhas assadas que se descascam facilmente 😊

Castanhas assadas no forno

  1. Lavar as castanhas e fazer um corte em todas elas.
  2. Colocar as castanhas de molho em água durante pelo menos 30 minutos.
  3. Escorrer a água, colocar sal nas castanhas e envolver.
  4. Levar ao forno a 200ºC durante 35-40 minutos.
  5. Retirar as castanhas do forno, abafá-las com um pano e descascá-las enquanto ainda estão quentes.

Amêndoa, Avelã e Noz

Nozes e avelãs são frutos de outono que adoramos!
📷 CC BY-NC-ND 4.0 Sara Oliveira

Estes frutos integram o grupo dos frutos gordos ou oleaginosos. Estes frutos são grandes fornecedores de gordura polinsaturada, com benefícios para a saúde, mas também muito calóricos.

Podem ser consumidos ao natural, como snack, ou utilizados em saladas, como topping de sopas ou na preparação de sobremesas. Combinam muito bem adicionados a compotas, bolos, panquecas, iogurtes e granolas.

Estes frutos conservam-se por um período de aproximadamente 1 ano desde que intactos (com casca) e protegidos de humidade. Descascados, podem ser guardados em frascos hermeticamente fechados durante 2 a 3 meses. Esta longa conservação permite ter estes frutos secos disponíveis em casa para consumo regular, sendo que a dose diária recomendada é de 20g – 30g/dia.

Deixo-lhe a sugestão para o consumo saudável de amêndoa, avelã e noz ou outros frutos oleaginosos: numa balança de cozinha pese 20g e utilize essa quantidade como referência 😉 É importante ter esta quantidade bem definida porque cada 100g de frutos oleaginosos fornece em média 700Kcal.

Dióspiro

Dióspiros
📷 Imagem de xb100 no Freepik

O dióspiro é o fruto de Outono por excelência pois a sua colheita acontece exatamente no período Outonal (finais de Setembro e durante Outubro e Novembro).

De casca fina, polpa gelatinosa ou rija, o dióspiro fornece energia. A cor laranja deve-se à presença de betacaroteno, percursor da vitamina A, benéfico para o sistema imunitário e para a pele.

Os dióspiros devem conservar o pedúnculo (pé) e o cálice (a coroa à volta). Se ainda não se encontrarem suficientemente maduros, podem ser colocados junto com outras frutas (como, por exemplo, a banana) que ao libertar etileno provoca o seu rápido amadurecimento.

A variedade “de roer”, mais rija, conserva-se bem durante vários dias à temperatura ambiente. Já os “de abrir” deterioram-se muito rapidamente e, por isso, o melhor será mantê-los no frigorífico (sobretudo a partir do momento em que estejam bastante maduros) e ir vigiando. No caso destes últimos, se houver grande quantidade, pode congelar-se a polpa, devendo retirar-se primeiro as cascas. Conserva-se em doses individuais ou à medida das necessidades.

A doçura natural do dióspiro torna-o ideal para ser consumido ao natural. Pode ser utilizado em sumos, gelados ou sobremesas, evitando ou reduzindo a adição de açúcar.

Em seguida, apresento-lhe duas receitas doces para aconchegar os dias mais frios do Outono 😊

Compota de Dióspiro com Canela e Vinho do Porto

Boião de compota de dióspiro
Boião com compota de dióspiro. 📷 CC BY-NC-ND 4.0 Sara Oliveira

Ingredientes

  • 500g de polpa de dióspiro bem madura
  • 250g de açúcar
  • 125ml de água
  • 1 pau de canela
  • 1 casquinha de limão
  • 1 estrela de anis
  • 1/2 cálice de vinho do Porto

Preparação

  1. Retirar a polpa do dióspiro. Eliminar partes pretas e a fibra branca junto ao centro. Reservar.
  2. Colocar num tacho o açúcar com a água e juntar as especiarias e a casca de limão. Ligar o lume médio, envolver com a colher de pau e deixar ao lume.
  3. Assim que a calda de açúcar começar a ferver (borbulhar), reduzir para lume brando e ir mexendo até atingir o ponto de rebuçado. Para verificar o ponto, colocar um pouco de água fria numa taça e, com a colher de pau, verter um pouco de calda nessa água. Se a calda ficar desfeita, ainda não está pronta, mas se formar rebuçado, já está no ponto.
  4. Juntar a polpa do dióspiro e o vinho do Porto, retirar a casca de limão e as especiarias e envolver tudo muito bem.
  5. Utilizar a varinha para que fique tudo muito bem misturado e para que o doce fique liso e homogéneo, especialmente se utilizar dióspiros de roer.
  6. Deixar espessar a compota e retirar do lume.
  7. Colocar a compota ainda quente em frascos esterilizados (previamente fervidos, durante 10 minutos e secos com um pano limpo), fechar bem e deixar arrefecer, virados para baixo para criar vácuo.

Bolo de Dióspiro e Especiarias

Bolo de Dióspiro e Especiarias
Bolo de dióspiro e especiarias. 📷 CC BY-NC-ND 4.0 Sara Oliveira

Ingredientes

  • 4 dióspiros maduros
  • 1 ovo
  • 125g açúcar
  • 50g manteiga
  • 1 c. chá canela
  • 1 c. chá bicarbonato de sódio
  • 1 c. café noz moscada
  • ¼ c. café sal
  • 2 c. chá fermento para bolos
  • 1 limão (raspa)
  • 300g farinha T55
  • ½ chávena noz picada

Preparação

  1. Adicionar o bicarbonato de sódio à polpa dos dióspiros.
  2. Bater a manteiga, o ovo e o açúcar durante 10 minutos.
  3. Adicionar a polpa dos dióspiros e a raspa do limão.
  4. Juntar a farinha, o sal, as especiarias e o fermento e misturar.
  5. Adicionar as nozes e envolver.
  6. Transferir para uma forma antiaderente ou untada com manteiga e polvilhada com farinha e levar ao forno pré-aquecido a 180°C durante 50 minutos. Fazer o teste do palito para testar a cozedura (o palito deve sair seco).

Marmelo

Baixo em calorias e rico em fibras, o marmelo é uma ótima fonte de vitamina C. A polpa é áspera, amarga e adstringente, razão pela qual raramente é utilizado em cru.

Pode ser consumido cozido ou assado, como acompanhamento de outros pratos, ou em compotas e sobremesas.

A marmelada, uma compota feita com marmelo e de origem conventual, é um tesouro gastronómico nacional que nos permite beneficiar do marmelo o ano todo.
A marmelada é um tesouro gastronómico nacional. 📷 CC BY-NC-ND 4.0 Sara Oliveira

A marmelada, uma compota feita com marmelo e de origem conventual, é um tesouro gastronómico nacional que nos permite beneficiar do marmelo o ano todo.

A marmelada é então uma ótima sugestão para utilizar os seus marmelos e oferecer uma tacinha desta deliciosa compota a amigos ou familiares ou, simplesmente, para ter disponível quando recebe convidados. Pode acompanhar o pão, tostas, bolachas e combina muito bem com queijo. Só precisa de marmelos e açúcar. A quantidade de açúcar é equivalente à quantidade de marmelo. A marmelada pode ser preparada em grande quantidade e colocada em taças previamente fervidas, que são depois armazenadas no frigorífico ou no congelador. Uma vez que contém grande quantidade de açúcar, a marmelada deve ser consumida em pequena quantidade diária. A vantagem é que pode ser conservada por muito tempo no frigorífico.

Maçã

Maçãs, fruto de outono.
📷 CC BY-NC-ND 4.0 Sara Oliveira

Com a colheita a iniciar no final do Verão, a maçã chega-nos sobretudo do Oeste, do Alentejo, de Trás-os-Montes e da Beira Alta.

Ao natural, em receitas doces, purés, assada ou cozida, resulta sempre bem, sendo um alimento leve e baixo em calorias.

A maçã conserva-se bem à temperatura ambiente mais do que uma semana. Pode ser conservada no frigorífico para maior duração. Se tiver muitas maçãs a amadurecer, uma sugestão é a de a descascar, triturar e fazer puré que pode ser conservado no congelador em doses individuais. É excelente para acompanhar carnes assadas, granolas e iogurte, ou até para recheio ou cobertura de bolos e para molhos. As maçãs muito maduras também podem ser utilizadas para fazer doces ou compotas.

Se não tem marmelos, podes fazer ”marmelada” de maçã, utilizando o mesmo procedimento que a marmelada tradicional. Uma amiga minha confecionou e ofereceu-me. Estava uma delícia! Chamo de “marmelada” porque a consistência era igual à da marmelada tradicional.

Romã

Sumo natural de romã
Delicioso sumo natural de romã. 📷 CC BY-NC-ND 4.0 Sara Oliveira

A romã é um “hino” ao Outono pois, tal como o dióspiro, a sua colheita acontece exatamente no período Outonal (entre finais de Setembro e meados de Dezembro).

Fonte de fibra e de vitamina C e B6, os seus bagos (que na verdade são sementes) contêm uma enorme concentração de substâncias antioxidantes, como as antocianinas, o pigmento responsável pela bonita cor que vai de rosada a rubi.

A romã pode ser consumida ao natural, em sumos ou em sobremesas. Apesar do seu delicioso sabor, a romã tende a ser pouco consumida porque a sua preparação é muito trabalhosa. Além da casca é necessário retirar as membranas brancas que envolvem os suculentos bagos.

Uma sugestão para facilitar o desprendimento dos bagos é o de cortar a romã ao meio e em seguida bater na casca de cada uma das partes com uma colher de pau. Os bagos podem ser consumidos inteiros ou podem ser triturados originando um delicioso sumo natural.

Artigo por:

Sara OIiveira, autora Pinhos Armazém Agrícola
Sara Oliveira

Mãe de 2 meninos e de uma empresa desde 2015, a Gaia Ortopédica, juntou a sua formação em Farmácia e Ciências Farmacêuticas ao gosto pelo cuidado do meio ambiente e sustentabilidade. Respeitando o ritmo da natureza, contribui para o blog do Pinhos Armazém Agrícola com as suas dicas fantásticas vindas da sua horta caseira.

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