A compostagem é uma boa fonte de matéria orgânica para enriquecer o solo com os nutrientes necessários ao desenvolvimento saudável e forte das plantas.
Existem várias possibilidades para a construção da estrutura que receberá a matéria orgânica, sendo apenas necessário ter em atenção 3 princípios fundamentais
- O compostor não deve ter fundo, ou este deve ser perfurado, para permitir o contacto entre o solo e a matéria orgânica. Desta forma, os organismos decompositores deslocam-se do solo para o interior do compostor e a água que entra no compostor é drenada para o solo, evitando o encharcamento da matéria orgânica;
- Devem existir entradas de ar, para permitir o arejamento da matéria orgânica e a oxigenação necessária aos organismos decompositores;
- Deve ser colocado em local de meia sombra. O sol intenso e frequente pode secar demasiado a matéria orgânica. Por outro lado, a sombra constante pode manter uma humidade acima do desejado.
Exemplos de estruturas para construir um compostor
• Compostor de rede
• Compostor de paletes de madeira
• Compostor caixa de madeira
• Compostor de tijolos
• Compostor contentor
Como construir um compostor
Compostor de rede
Este tipo de compostor é simples de construir: é necessário apenas, aproximadamente, 3m de rede de cerca, com 80cm de altura. Forma-se um cilindro juntando as extremidades da rede. É um compostor fácil de montar e desmontar sempre que necessário.
Compostor de paletes de madeira
São necessárias 4 paletes de madeira. As paletes são dispostas ao alto formando um quadrado e podem ser unidas utilizando braçadeiras de plástico, arame, pregos ou parafusos. Uma das paletes pode ter a função de porta para permitir o acesso ao interior do compostor.
Compostor caixa de madeira
São necessários 4 painéis de madeira com forma quadrada. Com a ajuda de material de bricolage unem-se os painéis formando uma caixa. Os painéis devem ser perfurados para circulação de ar.
Compostor de tijolos
São construídas 3 paredes de tijolos unidos com cimento. Nesta estrutura, para haver circulação de ar, deixa-se uma das partes aberta (sem parede). Pode ter as dimensões que desejar e podem ser construídos mais módulos iguais ao lado, permitindo transferir resíduos de um módulo para o outro. Numa pilha de compostagem, é na parte inferior que se obtém o composto finalizado. Assim, quando há necessidade de se retirar o composto finalizado, os resíduos não decompostos da parte superior podem ser transferidos para o módulo ao lado, ficando este novo módulo preparado para receber novos resíduos e iniciar novo processo de compostagem.
Compostor contentor
Este tipo de compostor é o habitualmente comercializado. Os contentores comercialmente disponíveis têm o fundo perfurado e entradas de ar, assim com uma porta na parte inferior para facilitar a retirada do composto finalizado.
Depois de ter a estrutura montada, pode começar a realizar a compostagem
A compostagem é um processo biológico de reciclagem de resíduos orgânicos. Por outras palavras, é um laboratório onde os microrganismos e animais invertebrados (como minhocas) decompõem a matéria orgânica em compostos mais simples (os nutrientes) que desta forma podem ser absorvidos pelas raízes das plantas.
Assim, na construção do compostor, é fundamental garantir que a estrutura oferece as condições necessárias ao desenvolvimento e manutenção dos microrganismos, pois são eles que vão trabalhar. Em resumo, as condições ideais que o contentor deve proporcionar são: o contacto com o solo, a humidade ideal dentro do compostor (consegue-se pela localização em meia sombra, o contacto com o solo para drenar a água e adição de água ao contentor nos meses mais quentes e secos), ter entradas de ar (para oxigenar o interior do compostor).
Dicas para aumentar a eficiência da compostagem
- Adicionar minhocas (a mais utilizada em vermicompostagem é a minhoca vermelha californiana “eisenia foetida”)
- Proporção de resíduos castanhos e verdes 30:1
- Resíduos castanhos: Aparas secas da relva, restos de plantas (sem doenças e pesticidas), restos de frutos secos, guardanapos e outros papeis não plastificados e sem corantes, folhas e ramos secos, palha ou feno, aparas de madeira e serradura, cascas de batata
- Resíduos verdes: Restos de fruta e legumes, cascas de ovos, restos de cereais e leguminosas, pão, borra de café, aparas frescas de relva, flores
- Diminuir o tamanho dos resíduos adicionados, facilitando o trabalho dos microrganismos
- Revolver o composto com regularidade, para fornecer oxigénio
- Realizar o teste de esponja para avaliar e corrigir a humidade
O que não deve entrar no compostor
- Ossos e espinhas
- Carne e peixe
- Cascas de marisco e conchas
- Ovos e lacticínios
- Gorduras/ óleos
- Carvão, cinzas, beatas de cigarros
- Ervas daninhas com sementes
- Excrementos de animais domésticos
- Plantas doentes
- Madeira tratada com produtos químicos
- Cortiça
- Ramos muito grandes
- Resíduos não biodegradáveis (vidro, plástico, metal…)
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Artigo por:
Sara Oliveira
Mãe de 2 meninos e de uma empresa desde 2015, a Gaia Ortopédica, juntou a sua formação em Farmácia e Ciências Farmacêuticas ao gosto pelo cuidado do meio ambiente e sustentabilidade. Respeitando o ritmo da natureza, contribui para o blog do Pinhos Armazém Agrícola com as suas dicas fantásticas vindas da sua horta caseira.