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O segredo da laranjeira no “pomar abandonado”

Porque é que, às vezes, árvores que parecem "ao abandono" produzem frutos tão bons?
A história da laranjeira no "pomar abandonado"

Todos nós conhecemos aquele terreno ou pomar… Aquele que talvez esteja no final da nossa rua, ou talvez aquele que pertence a alguém que já não tem tempo para o cuidar. Olhamos para ele e parece que a natureza tomou conta. Há ervas por todo o lado, ninguém aduba, ninguém poda e, no entanto, ano após ano, as laranjeiras, macieiras ou limoeiros estão carregadas de frutos com um aspeto maravilhoso, maduros e saborosos.

É um contraste gritante. Muitos de nós esmeramo-nos, investimos em adubos caros e tecnologia, e lutamos para ter a mesma qualidade. Afinal, qual é o segredo deste “pomar abandonado” que, paradoxalmente, produz tão bem?

O acontecimento natural: o ciclo fechado

O que está a acontecer ali não é uma sorte incrível, mas sim o triunfo da natureza no seu estado de equilíbrio. O ecossistema do pomar atingiu o que chamamos de ciclo fechado de nutrientes.

Na prática, a árvore adaptou-se perfeitamente ao local e o solo trabalha para ela de forma autossuficiente. A árvore não está dependente de adubação externa; está a ser nutrida de forma constante e equilibrada pela própria terra, num ciclo de regeneração contínuo.

A adubação lenta e completa

Neste pomar onde ninguém limpa o chão, as folhas caídas, os ramos mais finos, as ervas daninhas e até os frutos que se perdem funcionam como um composto natural contínuo. Esta matéria orgânica não é removida; decompõe-se lentamente e reintroduz no solo todos os nutrientes que a árvore retirou para formar os seus frutos.

É uma adubação natural, lenta e absolutamente completa. Este composto, rico e diversificado, garante não apenas o Azoto, Fósforo e Potássio (NPK), mas também um fornecimento constante e equilibrado de micronutrientes como Ferro, Magnésio, Boro, Cálcio e Zinco — todos essenciais para a cor, o vigor e o sabor final dos frutos.

Além disso, as árvores antigas têm um sistema radicular profundo que alcança reservatórios de água e nutrientes lixiviados, inacessíveis às culturas de ciclo curto, como as hortícolas.

Resistência e saúde do solo

Outro fator crucial é a saúde do solo e o controlo biológico. Um solo que nunca é excessivamente revolvido e que está sempre coberto por matéria orgânica tem uma vida microbiana intensa e rica. Esta microfauna é a grande responsável por disponibilizar os nutrientes às raízes.

Paralelamente, a diversidade de insetos e plantas que crescem no pomar abandonado significa que os predadores naturais das pragas (como as joaninhas) estão presentes, mantendo o sistema em equilíbrio e evitando os grandes surtos que forçam o uso de químicos.

Talvez excesso de zelo?

O oposto disto acontece muitas vezes nas nossas hortas bem cuidadas. O uso excessivo ou incorreto de Azoto solúvel (como aquele que encontramos em adubos com mais de 20% de N), embora estimule o crescimento rápido, torna os tecidos das plantas mais tenros e suscetíveis a pragas e doenças.

Quando removemos a matéria orgânica e apenas repomos Azoto, Fósforo e Potássio, estamos a esgotar o solo em micronutrientes, o que afeta a vitalidade e a produção.

Conclusão: o que podemos aprender com o “pomar abandonado”

  • A natureza cria o seu próprio ciclo de fertilização: o ciclo fechado de nutrientes;
  • As folhas e restos vegetais formam um composto natural completo e equilibrado;
  • A diversidade biológica protege o pomar contra pragas;
  • As árvores antigas têm raízes profundas que aproveitam melhor os recursos do solo;
  • O uso excessivo de adubos desequilibra o sistema e enfraquece as plantas;

Trabalhar com a natureza

A grande lição do “pomar abandonado” é que o sucesso a longo prazo reside em trabalhar com a natureza (e não contra ela).

Para alcançar essa vitalidade, o foco deve estar em:

  • Enriquecer o solo com matéria orgânica (estrume ou composto);
  • Moderar o uso de Azoto;
  • Garantir, através de misturas de micronutrientes, que as plantas recebem uma alimentação completa e equilibrada.

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